Saudações a todos os leitores e leitoras desse blog.
Pessoal, hoje eu quero falar sobre a onda de diplomas falsos que são vendidos no nosso país e, quero enfatizar que esse não é um fato novo, perdura já há algum tempo e em muitas áreas.
Infelizmente, temos visto hoje, principalmente nós, que trabalhamos na área da educação, nós professores que estamos em sala de aula, muitos estudantes que subvertem outros e tentam nos subverter com propostas totalmente indecentes; estudantes que não querem estudar, que não querem se esforçar pra nada, querem apenas moleza, vida fácil, em suma, não querem pensar, não querem se dispor pra nada. Daí, ser muito mais fácil pagar pra alguém ou "empresa" para fazer os trabalhos solicitados pela instituição de ensino.
Sabemos que os investimentos em educação de qualidade no Brasil ainda deixam a desejar. Falta investimentos efetivos, falta compromisso dos governantes, daqueles que administram as Instituições de ensino. A educação atualmente está banalizada, virou negócio, rende muitas cifras, daí a mercantilização desenfreada, sobretudo, porque ela é uma arma para ludibriar mentes vazias.
Temos que compreender que a educação, o acesso às informações e a inclusão é a chave para a cidadania, para a dignidade, uma vez que a educação transforma vidas, transforma a sociedade e isso tenho falado constantemente aqui no blog, através das postagens, a exemplo da postagem anterior em que relatei a história de Cícero Pereira Batista. A educação transforma, por isso exigimos que, de fato, ela seja uma prioridade.
Entretanto, educação de qualidade, que se transforma em benefícios sociais, não pode e não deve ser feita com compra de diplomas, com falsos profissionais que adentram ao mercado de trabalho totalmente despreparados. Esses pseudo profissionais são maus-caracteres e corruptos. Depois, não têm nem como reclamar de políticos corruptos; concordam comigo, queridos leitores?
A unidade de Duque de Caxias, cidade na Baixada Fluminense já havia sido fechada e, recentemente, depois da denúncia de mais de 20 vítimas na Decon (Delegacia de Proteção ao Consumidor), a polícia descobriu a existência de mais quatro polos da "famigerada" instituição (utilizo aqui o termo em destaque do blogueiro Osmar Filho). Dois desses polos estão na Baixada Fluminense e outros dois na zona oeste da capital, em Bangu e Campo Grande.
Ainda segundo as informações do site UOL, o Instituto Ômega falsificava diplomas em nome de duas universidades federais: "a de Pernambuco e a do Rio Grande do Sul. Para obtê-los, os professores pagavam entre R$ 300 e R$ 500 de mensalidade, e o valor total de cada curso poderia chegar a R$ 12 mil."
O delegado que está cuidando das investigações diz que houve um "descuido" da prefeitura em não apurar a legitimidade dos diplomas, o que foi rebatido pela administração que se eximiu dizendo que tal atitude não cabe à prefeitura. E eu pergunto: cabe então a quem? A Pedro Álvares Cabral que "descobriu" o Brasil? Faça-me uma garapa, viu? Eita, rimou...rss.
Tem mais, em retaliação aos funcionários que receberam o diploma da tal instituição, o prefeito fez uma ameaça dissimulada: "anunciou que todos os professores da rede municipal que apresentaram diplomas do Ômega terão suspensas as gratificações de 12% sobre os salários." Precisa comentar? Nem desenhar, pois sei que vocês, leitores e leitoras desse blog estudam, são inteligentes.
Bem, o que quero refletir aqui com vocês não se restringe àqueles estudantes que foram enganados, mas, sobretudo, àqueles que, consciente do fato se submeteram a uma situação dessa, mesmo correndo o risco de terem seu diploma invalidado.
Volto ao que falei no início dessa postagem, quando me refiro ao comodismo de alguns estudantes, à ilegalidade de aceitar um documento, um diploma que sabe que não foi adquirido de forma lícita e sim, resultado da corrupção ativa ou passiva. Tais estudantes precisam se despir da inércia que atrofia o cérebro, da preguiça mental que delega a outrem as decisões, as responsabilidades de todo e qualquer tipo. Essa paralisia faz com que os politiqueiros de plantão tomem as rédeas e conduzam o país da forma como temos visto e sofrido as consequências. Quando agimos dessa forma não temos o direito sequer de pensar em cobrar, em reivindicar nada, muito menos chamar tais politiqueiros pelo nome de corrupto, haja vista que estamos contribuindo para a corrupção.
Façamos nossa parte, sejamos honestos. Estudar, pesquisar, buscar o conhecimento nunca fez mal a ninguém, desde que o façamos com o objetivo único de usar o conhecimento para o bem. Isso vai beneficiar outras pessoas, vai desenvolver o senso crítico, a cidadania, vai lubrificar o cérebro, vai contribuir para o crescimento pessoal e profissional, entre tantos outros benefícios.
Quero citar um trecho de uma postagem do blogueiro Reinaldo Azevedo, quando ele critica o perfil de muitos estudantes da atualidade: "Hoje, são poucos os alunos que não levam na ponta da língua o discurso — e não mais do que o discurso — da igualdade e da justiça, mas não sabem fazer conta; não dominam o instrumental básico da língua para se expressar com clareza fora de suas “tribos”. Não por acaso, o país fica sempre nos últimos lugares nas provas do PISA, com um desempenho incompatível com o tamanho de sua economia. Eu que o diga, pois vivencio isso todos os dias em meu ambiente de trabalho.
Fiquem atentos: Não basta sair por aí dando apenas "beijinho no ombro", tem que estudar. Até Dilma Rousseff estava dando “beijinho no ombro” no Twitter outro dia. A Dilma Popozuda é a Dilma Bolada em ritmo de funk". Palavras de Reinaldo Azevedo...rss.
Queridos e queridas, pensar, pensar de verdade, alimentar o cérebro positivamente não faz mal a ninguém. Devemos buscar sim "tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama...e que isso ocupe o nosso pensamento"(Filipenses 4:8).
CARPE DIEM!!!
Conhecimento não é uma folha solta de fatos. Acima de tudo, é uma responsabilidade pela integridade do que nós somos, principalmente como criaturas éticas. (J. Bronowski)
