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sábado, 26 de abril de 2014

E VIVA O AMOR!

Salve, salve, queridos leitores

Nesse final de semana quero brindar ao amor e para isso, selecionei alguns poemas de escritores que fazem parte do cânone, são conhecidos e reconhecidos nacional e internacionalmente; também, quero apresentar outros que ainda não receberam muito destaque, o que não impede que eles produzam poemas de qualidade, que emanam da alma e que, de igual forma, alcançam a nossa alma.

Poetas como Carlos Drummond de Andrade, Roseana Murray, Mário Quintana e Gilberto de Almeida fazem parte desse seleto grupo de poetas. Com eles, a palavra.

Deixe-se envolver pela poesia.



PARA O AMOR
          Roseana Murray

Para o amor escolho
certos mistérios
o resfolegar de um cavalo
perdido na bruma
alguns gestos milenares
pegar o sol com as mãos
e deixar que o crepúsculo
invada cada recanto
da casa
para o amor escolho
certos atalhos
o dos ventos escrevendo
nas rochas as sílabas
das gaivotas
enquanto o amor acalanta
seus mortos
para o amor ofereço
minha alma com pasto
aí onde tantas mulheres
inscreveram em sangue
seus segredos
e meu corpo
como espelho

DO AMOROSO ESQUECIMENTO
                        Mário Quintana 

Eu agora — que desfecho!
Já nem penso mais em ti…
Mas será que nunca deixo
 De lembrar que te esqueci?
 O AMOR ANTIGO
                  Carlos Drummond de Andrade

O amor antigo vive de si mesmo, não de cultivo alheio ou de presença. Nada exige, nem pede. Nada espera, mas do destino vão nega a sentença. O amor antigo tem raízes fundas, feitas de sofrimento e de beleza. Por aquelas mergulha no infinito, e por estas suplanta a natureza. Se em toda parte o tempo desmorona aquilo que foi grande e deslumbrante, o antigo amor, porém, nunca fenece e a cada dia surge mais amante. Mais ardente, mas pobre de esperança. Mais triste? Não. Ele venceu a dor, e resplandece no seu canto obscuro, tanto mais velho quanto mais amor.


JOÃO DE BARRO
                     Gilberto de Almeida

   O João de Barro é ideal
pra contar essa história,
quase uma história humana,
pra ficar na memória
da vida de qualquer casal:

Todo o segredo do assunto
- vocês vão ver que perfeito -
é que ele e a dona Joana
(de Barro), sempre dão jeito
de a casa construir em conjunto.
E aí é que mora a beleza
meio que, assim, espartana:
nem é só o João,
nem é só a Joana
que trabalham no projeto;
se juntos constroem o chão,
também juntos fazem o teto,
sem soberano, nem soberana
nem autor e nem alteza!

E ela encontra sempre a maneira,
sem artimanhas, nem nada,
só por amar e querer ser amada,
de enfeitiçar o coitado,
de modo que quando trabalha,
não importa a empreitada
ele se entrega – alma inteira -
àquela que quer a seu lado.

E passa-se uma semana
e os dois trabalham duro,
nem só o João, nem só a Joana
e trabalham com carinho
enquanto preparam seu ninho
pois querem que o nirvana
não seja só do futuro!

E eles sempre se entendem;
mais nada no mundo é preciso.
Se expressam com ternura
no canto – que é o seu sorriso!
Ao construir a cabana
ambos, ao outro, se rendem
e a mansidão é uma jura
de eterna dedicação
do João pela Joana
e da Joana pelo João.

Mais uma semana a passar:
um acerta, o outro erra,
mas nada de ninguém se cobra
no trabalho desse par
para concluir a obra.

Só existe a comunhão
tão simples, mas tão bacana
do João e da Joana
da Joana e do João
mas suficiente o bastante
para fazer da terra
seu berço de diamante!

E, para finalizar, deixo uns versos de Drummond (mais uma vez) fechando maravilhosamente esse tributo ao amor, pois amor e felicidade devem andar juntos, não é mesmo?  



"Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro. Que ela possa vir com toda simplicidade, de dentro para fora, de cada um para todos. Que as pessoas saibam falar, calar, e acima de tudo ouvir. Que tenham amor ou então sintam falta de não tê-lo. Que tenham ideais e medo de perdê-lo. Que amem ao próximo e respeitem sua dor. Para que tenhamos certeza de que: Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade."

                                                                       (Carlos Drummond de Andrade)

Sejam imensamente felizes. Amem! Amem sempre!

CARPE DIEM!!!

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