Ano passado, nessa mesma época eu fiz uma postagem, questionando sobre o que tínhamos a comemorar no dia dedicado aos professores e professoras nesse país.
Um ano depois, a situação dos profissionais em educação, os professores, continua a mesma, ou melhor, mais caótica ainda. Continuamos sendo vítimas do descaso do governo que mascara a situação educacional no Brasil e trata com desdém profissionais tão importantes, responsáveis por compartilhar o conhecimento, que procuram libertar mentes da opressão e do comodismo.
As últimas manifestações por parte dos professores, têm mostrado a necessidade de mudanças, em contrapartida, têm mostrado para o mundo o que é ser professor e o tratamento recebido aqui no Brasil e o que os educadores recebem por parte dos governantes e, por extensão, da polícia. O Rio de Janeiro é o cenário atual.
Pois bem, a situação está ficando cada dia mais gritante, a ponto desses profissionais estarem desistindo da profissão por conta da insegurança no local de trabalho, das frustrações constantes, dos baixos salários e tantos outros motivos que levam, por exemplo, a adquirir doenças como a SÍNDROME DE BURNOUT.
Mas, o que é isso? A palavra BURNOURT é uma expressão inglesa que significa "queimar-se" ou "consumir-se pelo fogo", é o cansaço emocional, psicológico. Caracterizado, inicialmente como um problema social, a síndrome de Burnout tem atingido muitos trabalhadores. Tal doença leva à diminuição da realização pessoal e profissional, causa exaustão emocional e despersonalização do indivíduo.
A SÍNDROME DE BURNOUT é uma doença característica do trabalho, e atinge com maior incidência os profissionais da área da saúde e educação.
Mas, como isso afeta diretamente os professores? Para vocês terem uma ideia do desânimo, da falta de perspectiva dessa classe, vou expor alguns dados, mostrados pelo ESTADÃO (http://estadao.br.msn.com/educacao/por-ano-3-mil-professores-desistem-de-dar-aula-nas-escolas-estaduais-de-sp), que afirma que MAIS DE 3 MIL PROFESSORES DESISTEM DE DAR AULA NAS ESCOLAS ESTADUAIS DE SÃO PAULO. Isso perfaz uma média de 8 docentes por dia que migram para a rede particular ou para outras áreas. Esse é um índice alarmante, resultado dessa situação de descaso, por parte dos governantes, que levam os docentes a buscarem outras alternativas para poder sobreviver.
Abaixo, segue o depoimento de um professor do Estado de Minas Gerais, o qual não foge a essa regra. Falta investimento na educação, sobra tristeza e desânimo. Confiram:
“Meus alunos me surpreenderam no dia mais triste de minha vida como professor, eles choraram a minha desistência: ‘professor, não nos abandone!’”
"Hoje tive o dia mais triste como professor. Não estou me referindo a nenhuma indisciplina ou necessariamente a baixo rendimento escolar de meus alunos.
SOLICITEI A MINHA DISPENSA NA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE MINAS GERAIS e fui surpreendido pelos meus alunos.
Como sou muito exigente, muitas vezes coloco fardos pesados sobre meus alunos. Acreditava que a minha saída na transição dos bimestres seria encarada apenas como mais uma das tantas mudanças corriqueiras que ocorrem na Escola.
Estava enganado. Fui surpreendido pelo choro mais desolador que já vi em toda a minha vida. Minha maior tristeza foi pensar que eu poderia ser responsável por esse choro.
Professor abandonou as aulas por não conseguir se sustentar (Foto: Reprodução/Géledes)
Jamais pensei que meus ALUNOS DA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE MINAS GERAIS fossem chorar por minha saída.
Preocupado com o que eu diria para eles como motivo, preferi a verdade. ESTOU SAINDO PORQUE NÃO CONSIGO ME SUSTENTAR NA REDE PÚBLICA ESTADUAL DE MINAS GERAIS. Como são crianças, muitas não entenderam o que eu queria dizer e me responderam novamente com o choro mais desolador que já vi ou causei em toda a minha vida."
Por que será que os políticos são tão bem pagos nesse país e os professores são tão desprezados, tão humilhados?
Seria essa uma possibilidade?
O professor constitui uma ameaça, uma vez que ele contribui para formar mentes, mediar o conhecimento; é o professor e a professora que formam todos os outros profissionais. Portanto, merecem respeito, merecem ser valorizados.
,Essa imagem requer comentários? Creio que não.
É com muita tristeza que, um ano depois, faço mais uma postagem sobre a situação dos professores e professoras desse país que se doam, fazem o papel de pai, mãe, psicólogo (a), amigo, etc, etc. e são tratados como marginais, como seres insignificantes. Está na hora da sociedade levantar essa bandeira, juntamente conosco para que, de fato tenhamos um país sério, que valoriza a educação e o ser humano.
Pois é isso! Apesar de todas as dificuldades, de todos os problemas, de toda falta de perspectiva, continuamos lutando, continuamos acreditando que a mudança é possível, pois:
FELIZ DIA DO PROFESSOR...SE POSSÍVEL!
CARPE DIEM!!
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