Pôxa, vida, quanta demora, não é mesmo, queridos leitores?
Ai, como eu quero férias, descansar, ficar sem fazer nada, mas como não posso, tenho que me conformar e continuar trabalhando, trabalhando e sonhando com esse momento tão almejado.
Vocês devem estar pensando: Férias? Mal acabou o primeiro semestre e ela já está cansada? Pois é! Mais uma vez desculpem-me pela demora em atualizar o blog...fico com a consciência pesada por não dar a atenção que eu gostaria e sei que vocês merecem, leitores e leitoras.
Mas, vamos ao assunto de hoje.
Remexendo aqui meus arquivos, vi uma mensagem que enviei ao blogueiro Osmar Filho (http://osmarfilho.blogspot.com.br/) e de volta, a sugestão dele para que eu publicasse em meu blog as curiosidades que seguem abaixo.
Bem, nós muitas vezes usamos algumas expressões curiosas e, nem imaginamos a origem delas. É interessante descobrirmos, pois geram muitas surpresas, algumas são realmente impactantes.
Vamos lá, então, "escafuncharmos" a origem de algumas expressões tão utilizadas em nossa Língua.
EXPRESSÕES CURIOSAS NA LÍNGUA PORTUGUESA
JURAR DE PÉS JUNTOS:
Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu.
A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa
Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés
amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até
hoje o termo é
MOTORISTA BARBEIRO:
Nossa, que cara mais barbeiro!
No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços de corte de
cabelo e barba, mas também, tiravam dentes, cortavam calos, etc., e por
não serem profissionais, seus serviços malfeitos geravam marcas. A
partir daí, desde o século XV, todo serviço malfeito era atribuído ao
barbeiro, pela expressão "coisa de barbeiro". Esse termo veio de
Portugal, contudo a associação de "motorista barbeiro", ou seja, um mau
motorista, é tipicamente brasileira...
TIRAR O CAVALO DA CHUVA:
Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje!
No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo
ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o
cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol.
Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o
anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o
cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a
desistência de alguma coisa.
À BEÇA:
O
mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa. A origem do
dito é atribuída às qualidades de argumentador do jurista alagoano
Gumercindo Bessa, advogado dos acreanos que não queriam que o Território
do Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas.
DAR COM OS BURROS N'ÁGUA:
A
expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que
escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul
ao Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses
burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos
muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí
em diante o termo passou a ser usado pra se referir a alguém que faz um
grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso
naquilo.
GUARDAR A SETE CHAVES:
No
século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de
joias e documentos importantes, da corte, através de um baú que possuía
quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto
funcionário do reino. Portanto eram apenas quatro chaves. O número sete
passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a
época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o
termo guardar a sete chaves pra designar algo muito bem guardado...
OK:
A
expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida pra
significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da
Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para as
bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0 killed"
(nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo
"OK".
ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:
Existe
uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas
enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o
dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os
soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do
dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de
Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada pra designar um lugar
distante, desconhecido e inacessível.
PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:
A
história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente
das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus
como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande
apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer,
ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns
meses o garoto morreu.
PARA INGLÊS VER:
A
expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o
Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto,
todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis
eram criadas apenas pra inglês ver. Daí surgiu o termo.
RASGAR SEDA:
A
expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra
pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos
Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua
profissão pra cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua
beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: Não rasgue a seda, que se esfiapa.
O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER:
Em
1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de
Paul D’Argent fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome
Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos pra Angel, que assim
que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o
mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que
arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no
Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou pra história como o cego que não quis ver.
ANDA À TOA:
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo pra onde o navio que o reboca determinar.
QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO:
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.
DA PÁ VIRADA:
A
origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está
virada pra baixo, voltada pro solo, está inútil, abandonada
decorrentemente pelo Homem vagabundo, irresponsável, parasita.
NHENHENHÉM:
Nheen,
em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os
indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os
portugueses ficavam a falar, falar, falar ("nhen-nhen-nhen").
VAI TOMAR BANHO:
Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus
os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos
contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras
doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o
que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se
lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de
árvore pra limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam.
Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que
não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de
banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam
fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem tomar banho.
ELES QUE SÃO BRANCOS QUE SE ENTENDAM:
Esta
foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século
XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de
seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português... O
capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como
resposta, ouviu do português a seguinte frase: "Vocês que são pardos,
que se entendam". O oficial ficou indignado e recorreu à instância
superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei
do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o
oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se
explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.
A DAR COM O PAU:
O
substantivo "pau" figura em várias expressões brasileiras. Esta
expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados
preferiam morrer durante a travessia e, pra isso, deixavam de comer.
Então, criou-se o "pau de comer" que era atravessado na boca dos
escravos e os marinheiros jogavam sapa e angu pro estômago dos
infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.
ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA, TANTO BATE ATÉ QUE FURA:
Um
de seus primeiros registros literários foi feito pelo escritor latino
Ovídio (43 a.C.-18 d.C), autor de célebres livros como "A arte de amar" e
"Metamorfoses", que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o
poeta: A água mole cava a pedra dura.
É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito
difundida formar rimas nesse tipo de frase pra que sua memorização seja
facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio, portugueses e
brasileiros.
Pois é, Osmar Filho, seu pedido é uma ordem, blogueiro! Pedido feito, pedido acatado, assunto postado! Rimou, não foi? Rss.
Fica aqui, o pedido a vocês, queridos leitores e queridas leitoras. Se vocês tiverem alguma sugestão de assunto, alguma opinião a dar, alguma curiosidade, denúncia, enfim, qualquer coisa podem mandar e-mail ou comentar aqui mesmo, pois esse espaço é de vocês também, certo? Podem fazê-lo que eu acatarei, assim como o fiz nessa postagem.
CARPE DIEM!!!