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domingo, 14 de abril de 2019

SOBRE COISAS ESSENCIAIS



Boa tarde, leitoras e leitores!



Eu estava aqui folheando uns livros na minha estante e me deparei com um exemplar de Rubem Alves, cujo título é "O retorno e terno".  Nele eu havia deixado em destaque a crônica "Sobre coisas essenciais", à qual me chamou muito a atenção e, apesar de já tê-la lido várias vezes, me peguei refletindo sobre as coisas que realmente são essenciais na nossa vida, na minha vida.

Em um mundo tão descartável, em que as coisas são tão efêmeras e as pessoas se tornaram tão rasas, é até estranho se falar no que, de fato é essencial. A inversão de valores nos permite dizer que o que era essencial se tornou supérfluo e vice versa.

A aparência vale mais que o conteúdo, os padrões substituíram a essência, a palavra da pessoa já não tem valor, nem mesmo o documento assinado já não tem sua eficácia, visto alguns ignorá-lo, pois já não sustentam o compromisso acordado.

Pequenos gestos como contemplar o pôr do sol, se emocionar olhando a lua, a beleza do mar e outras maravilhas da natureza, se enebriar com uma poesia ou mesmo o sorriso de uma criança, por exemplo, se tornou algo cafona, obsoleto.

Eu mesma sou taxada de romântica incurável, sonhadora, idealista e tantos outros adjetivos, mas isso não me incomoda, pois prefiro conservar minha essência a ir na barca que todo mundo vai.

Mas o que é o tal do essencial? O ar, a água, o dinheiro, os bens materiais, o sexo, a fama? Tudo depende do seu ponto de vista, do que, de fato é importante pra você, depende do que você valoriza e tem como prioridade para sua vida e daqueles que você ama, mesmo sendo um desconhecido.
Schopenhauer, apesar de ter se mostrado um grande pessimista, foi feliz em afirmar que “o que temos dentro de nós é o essencial para a felicidade humana.” Ainda mais, ele declarou que “a maior de todas as maravilhas não é o conquistador do mundo, mas o dominador de si próprio.” Será que nos dominamos ou nos deixamos dominar? Somos produto do meio, da sociedade que impõe valores fúteis?
O próprio Schopenhauer reiterou que “todas as pessoas tomam os limites de seu próprio campo de visão, pelos limites do mundo.” Creio que se ele estivesse entre nós, comprovaria que a sua afirmação está tão ou mais atual que no século XIX, uma vez que as particularidades têm dado lugar ao que é geral, pois a preocupação em fazer o que todos fazem é meta da maioria nessa sociedade insana.
Aqui, eu rememoro Bob Marley que, na contramão da sociedade, declarou: “vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais.” Ele estava certo e não se incomodava em ser diferente numa sociedade em que a maioria se esforçava para ser igual.
Volto ao questionamento inicial... O que é essencial?
Essencial é... ser presente, simples, autêntico... é ser amor!
CARPE DIEM!!!

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“O essencial é aquilo que, se nos fosse roubado, morreríamos. O que não pode ser esquecido. Substância do nosso corpo e da nossa alma... Os poetas são aqueles que, em meio a dez mil coisas que nos distraem, são capazes de ver o essencial e chamá-lo pelo nome. Quando isto acontece, o coração sorri e se sente em paz...”
                                                                         
                                                                                                                     Rubem Alves

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa

                                                                                                                           Rubem Alves








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