Bom dia, boa tarde, boa noite!
Esse ano o Brasil comemora o centenário de nascimento de VINÍCIUS DE MORAES.
LOGOTIPO DOS 100 ANOS DE VINÍCIUS DE MORAES |
Vale comentar um pouco sobre a biografia de Vinícius, não é mesmo?
Pois bem. Ele nasceu em 19 de outubro de 1913, no Rio de Janeiro. Vinícius teve uma vida bastante agitada, era muito eclético e já fez de quase tudo: foi poeta, escritor, compositor, cantor, diplomata, jornalista e boêmio, como ele mesmo afirmou. Formou-se em Letras e em Direito. Trabalhou como censor cinematográfico, como diplomata em Los Angeles, etc. etc.
Sua obra teatral mais conhecida é "ORFEU DA CONCEIÇÃO".
Em relação às músicas, temos "ROSA DE HIROSHIMA" (originada do poema que leva o mesmo nome, escrito na época da Segunda Guerra Mundial; a música/poema faz referência ao bombardeio nuclear que vitimou as cidades japonesas Nagasaki e Hiroshima); "EU SEI QUE VOU TE AMAR", "GAROTA DE IPANEMA" (a qual foi criada para HELÔ PINHEIRO, que tinha 15 anos na época e sempre passava em frente ao bar onde Vinícius e Tom Jobim costumavam beber).
Além dessas, existem tantas outras músicas que fazem parte do repertório de Vinícius e que já foram interpretadas por grandes cantores da MPB.
Marcus Vinícius de Moraes (nome de origem) morreu na manhã de 9 de julho de 1980, aos 67 anos, vítima de um enfisema pulmonar.
Sem dúvida, Vinícius de Moraes representa um grande nome da cultura brasileira e deixa-nos uma obra muito rica.
Abaixo, seguem alguns poemas e vídeos bastante conhecidos de Vinícius de Moraes.
SONETO DE FIDELIDADE
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
SONETO DE SEPARAÇÃO
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada
SONETO DO AMOR TOTAL
Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Tenham um excelente final de semana e mais uma semana de trabalho abençoada.
CARPE DIEM!!!
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