Estimados leitores.
"Eu voltei..." rss. Depois de uma pequena pausa, aqui estou eu de novo.
Não faz muito tempo, eu fiz uma postagem aqui no blog sobre racismo (http://tomprosaico.blogspot.com.br/2013/12/brasil-cede-imposicao-da-fifa-e-fere.html). Naquela ocasião a ênfase foi no "possível" racismo por parte da FIFA e sua imposição na escolha do casal de apresentadores dos eventos relacionados à Copa do Mundo de 2014, que será realizada aqui no Brasil, em junho.
Já escrevi também em outro lugar, mais especificamente no Jornal do Planalto, aqui em minha cidade, sobre o racismo nas obras de um grande escritor brasileiro: Monteiro Lobato.
Esse tema já é recorrente, da mesma forma é recorrente e intolerável a atitude de pessoas vazias que se julgam superiores às outras por causa da cor. Na verdade, qualquer tipo de preconceito, de intolerância causa indignação.
"Eu trocaria todos os meus títulos pelo fim do preconceito.
Trocaria por um mundo com igualdade entre todas as
raças e classes." (Tinga)
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Hoje, falarei do triste episódio que vitimou o jogador Tinga, no Peru, no último dia 12.
Atitudes como a de alguns torcedores do Real Garcilaso, time peruano, desperta revolta, indignação profunda e traz à tona a discussão sobre o racismo, não apenas no futebol, mas em todos os seguimentos da sociedade.
Sou da opinião de que essa doença crônica, o racismo, é fruto de preconceito doentio, o qual não se restringe à cor da pele, mas também tem suas raízes na situação econômico-social.
Frases preconceituosas sobre pessoas provenientes da etnia negra, são muito comuns aqui no Brasil. Atitudes como a dos peruanos que, a cada momento que o jogador Tinga tocava a bola, imitavam o som de macacos é totalmente inconcebível, especialmente no século em que vivemos, uma vez que não estamos mais na época em que alguns retardados tentavam provar uma tese ridícula, a EUGENIA, "o estudo dos agentes sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer qualidades raciais das futuras gerações, física ou mentalmente" (BRAVO, nº 165, 2011). De forma simplificada, a Eugenia pretendia provar que a raça branca era superior. Não estamos mais no século 19, portanto esses ranços do passado causam aversão e são totalmente incompatíveis com a visão que temos da humanidade. Visão como essa só brota de mentes alienadas e doentes. Tais construtos são sociais e culturalmente enraizados em todo o mundo, especialmente na América.
Tem uma frase do poeta Ivan Teorilang, que creio, sintetiza a discriminação, o preconceito. Ivan diz que "quando se faz a fusão de um terço de racismo, com a mesma porção de discriminação e ainda somando-se a isto mais um terço de indiferença com o próximo, obtém-se a fórmula infalível do maior câncer sofrido pela humanidade." Pois é isso. Essa anomalia tem cura, basta se despir de preconceitos e aceitar as pessoas, as diferenças e se conscientizar que todos nós fomos criados do mesmo material: "viemos do pó e para o pó voltaremos", afirma a Sagrada Escritura.
Voltando à situação do jogo da Libertadores, creio, a exemplo de muitas pessoas sensatas, que os torcedores que guinchavam como macacos (eles sim eram verdadeiros animais irracionais; que me perdoem os criativos e genuínos macacos) deveriam ser punidos exemplarmente. Se a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) não tomar uma medida drástica, assim como a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) a FIFA (Fédération Internationale de Football Association - Federação Internacional de Futebol Associado) e tantas instituições (futebolísticas ou não) o preconceito dentro e/ou fora dos eventos esportivos vai continuar.
Não basta colocar frases do tipo, "NÃO AO RACISMO" nos estádios e em outros locais em que são realizadas atividades esportivas e de certa forma permitir que situações como a que Tinga sofreu humilhação volte a se repetir. Se não houver de fato, uma punição severa e uma maior conscientização por parte das instituições organizadoras de modalidades esportivas e por parte de autoridades e sociedade, esse mal, que é o preconceito, vai continuar.
Eu não quero ser pessimista, mas temo que as coisas continuem "amenas" e que, punições severas não passem de meras intenções. A propósito, o jornalista Lédio Carmona, também acredita que a Conmebol não fará, efetivamente nada mais sério; ele diz o seguinte, sobre a Confederação: "Acho que não vai fazer nada, vai dar mais uma daquelas multas fajutas que ela costuma dar e depois jogar o problema para debaixo do tapete." Infelizmente é o que acontece, puro teatro. Faça-me uma garapa bem forte pra tentar engolir isso, mas é a realidade!
Para finalizar, pois o assunto dá pano pra manga, quero deixar uma frase do líder sul-africano, Nelson Mandela, incansável militante contra o racismo e todo tipo de preconceito, o qual sofreu na pele a discriminação, mas não se dobrou à mediocridade dos que se julgavam superiores e não desistiu até ver seus irmãos negros libertos do regime segregacionista.
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